As farmácias comunitárias são importantes agentes de ação social e de proximidade em saúde, sobretudo em territórios do interior, fortemente marcados pelo despovoamento e pela população envelhecida. Esta é uma das principais conclusões da conferência “O Desafio Demográfico e o Papel das Farmácias”, que decorreu na quarta-feira, dia 11 de junho, em Bragança.
«Em territórios do interior, as farmácias são pontos de referência para a saúde, contribuindo para o desenvolvimento das comunidades», constatou a vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança, Fernanda Silva, a primeira oradora da tarde.
Pouco depois, a médica Berta Nunes subiu ao palco para defender que as farmácias prestam «um serviço público que deve ser integrado no SNS». «O papel das farmácias tem vindo a ser alargado», constatou, referindo-se à vacinação, e sublinhou que não deve ficar por aqui. Para a médica, a realização de rastreio do cancro colorretal nas farmácias seria muito benéfica, permitindo um diagnóstico precoce.
Seguiu-se um debate, moderado por Isabel Luz, da Estrutura Associativa do Distrito de Bragança, no qual foram aprofundados temas como o papel das farmácias em territórios do interior, a importância das parcerias e ainda as tendências de futuro. Em todas as intervenções ficou claro que as farmácias comunitárias oferecem um «verdadeiro serviço público à população», como referiu o deputado Nuno Gonçalves.
O debate juntou Fernanda Silva, vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança; Nuno Gonçalves, deputado pelo Círculo Eleitoral de Bragança; Duarte Soares, da ULS Nordeste; Berta Nunes, médica; e Paulo Fernandes, vice-presidente da Direção da ANF.
A sessão, que voltou a demonstrar a união das farmácias e o forte envolvimento da Estrutura Associativa, terminou com uma atuação dos Pauliteiros de Miranda, um símbolo característico da região.
A iniciativa, que decorreu na Câmara Municipal de Bragança, insere-se no Ciclo de Conferências “Farmácia e comunidade: 50 anos de construção”, no âmbito das comemorações dos 50 anos da ANF, com vista a refletir sobre o papel das farmácias na promoção da saúde e reforçar a relação entre os diferentes agentes de saúde e o poder local.