A importância da coesão territorial das farmácias foi o tema central da sessão “O Desafio Demográfico e o Papel das Farmácias”, que decorreu no Museu Cargaleiro, em Castelo Branco, no sábado, dia 28 de junho.
«A ANF atribui uma importância estratégica à coesão territorial e um exemplo concreto desse compromisso é o Programa de Coesão Territorial das Farmácias (PCTF), que foi criado para apoiar farmácias que operam em contextos particularmente desafiantes, nomeadamente fora de contextos urbanos», apontou a presidente da Comissão Organizadora dos 50 anos da ANF, Maria da Luz Sequeira.
A segunda edição do PCTF apoia 93 farmácias que visam implementar serviços e projetos que valorizem a rede de farmácias. «Este programa pretende defender a sustentabilidade económica das farmácias mais desprotegidas, assegurando a manutenção da capilaridade, a coesão da rede e o serviço farmacêutico às populações mais idosas», explicou Ana Tenreiro, vogal da Direção da ANF.
Ana Tenreiro deu ainda conta da relevância da «distribuição equilibrada» da rede de farmácias por todo o país, sendo em muitas regiões o único serviço de saúde local ao qual as populações têm acesso.
Jorge Augusto e Alcina Leal, da Estrutura Associativa do Distrito de Castelo Branco, sublinharam a capacidade das farmácias em dar resposta às mudanças que a sociedade enfrenta: «vivemos tempos de grandes transformações demográficas: o envelhecimento da população, a desertificação do interior e a mobilidade dos mais jovens colocam novos desafios à coesão social e ao acesso à saúde. Neste contexto, as farmácias comunitárias assumem um papel ainda mais relevante — como pilares de proximidade, confiança e continuidade de cuidados».
A sessão incluiu também uma visita ao Museu Cargaleiro, um símbolo da valorização da arte e da cultura da região, bem como um momento de celebração do 50.º aniversário da ANF.
Esta conferência inseriu-se no Ciclo “Farmácia e comunidade: 50 anos de construção”, uma iniciativa desenvolvida no âmbito das comemorações do cinquentenário da ANF, e que convida a refletir sobre o papel das farmácias na promoção da saúde e ao reforço da relação entre os diferentes agentes de saúde e o poder local.