«As farmácias são muito relevantes no apoio à população e configuram o primeiro contacto com o sistema de saúde», defendeu Sameiro Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, na conferência “Farmácias Comunitárias: Inovação e Futuro Digital na Saúde Pública”, que decorreu na quarta-feira, dia 24 de setembro, em Braga.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Braga defende, por isso, que é essencial que as farmácias «sejam parceiras cada vez mais integradas no caminho para um sistema mais acessível e moderno para todos».
Raul Marques Pereira, diretor executivo do Centro de Medicina Digital P5/Universidade do Minho, sublinhou que «é essencial termos um ecossistema de dados em saúde devidamente integrado».
Já António Teixeira Rodrigues, professor auxiliar convidado na Universidade do Minho e diretor de Soluções e Evidência em Saúde da ANF, defendeu que, pela sua acessibilidade, confiança e conhecimento local, «as farmácias são uma sentinela da saúde na comunidade, com acesso a dados e evidência do mundo real em tempo real».
Seguiu-se um debate, no qual foi aprofundado o papel da tecnologia e do meio digital no acesso aos cuidados de saúde. «Os mecanismos digitais devem permitir uma resposta consistente e rápida, facilitando processos para pessoas com menos recursos ou literacia», acredita Raul Marques Pereira. Nesse sentido, também «a articulação com as farmácias pode resolver grande parte dos casos de doença aguda», garante.
Luís Soares, chefe de gabinete do secretário-geral do Partido Socialista, lembrou que a «rigidez na forma de resposta às necessidades dos utentes deve ser ultrapassada» e que é necessário mobilizar recursos para «responder aos desafios dos tempos modernos».
Em todas as intervenções ficou claro que «as farmácias são essenciais na literacia em saúde e na comunicação com os utentes», como defendeu Tiago Gonçalves, presidente do Conselho de Administração da ULS de Barcelos/Esposende.
Diana Amaral, membro da Direção da ANF, aproveitou a ocasião para realçar o potencial do aumento de atuação das farmácias em ensaios clínicos e da expansão de serviços farmacêuticos, de que é exemplo a dispensa em proximidade.
No discurso de encerramento, Maria da Luz Sequeira, presidente da Comissão Organizadora dos 50 Anos da ANF, deixou três desafios: o primeiro, às farmácias, «para que apliquem sempre a tecnologia com sentido clínico e humano»; o segundo, aos decisores locais, para que colaborem cada vez mais com as farmácias; o terceiro, à comunidade, para que «nos desafiem e exijam sempre o melhor das farmácias comunitárias».
A sessão, que voltou a demonstrar a união das farmácias e o forte envolvimento da Estrutura Associativa, terminou com uma atuação do grupo de cavaquinhos Ad Hoc.
Esta iniciativa insere-se no âmbito das comemorações dos 50 anos da ANF, com vista a refletir sobre o papel das farmácias na promoção da saúde e reforçar a relação entre os diferentes agentes de saúde e o poder local.